As minucias
Desculpem, mas exagerei na mudanca relampago...a rua ainda nao ficou pronta, por uma das razoes cuja logica nao consigo vislumbrar, o que infelizmente acontece o tempo todo com o estudo de chines.
Por que sera que os sujeitos responsaveis pela construcao dessa rua tiveram tanta pressa em destruir o que havia anteriormente e colocar asfalto se ja se passaram mais de tres dias e nao aparece ninguem para acabar os ultimos detalhes e colocar a rua em uso?
Como a reciproca eh quase sempre verdadeira, vou falar sobre as mil e uma coisas que os chineses nao entendem quando eu me atrevo a falar chines...
Antes de mais nada, jamais pensei que um ano de estudo diario de uma lingua, no pais originario da mesma, pudesse nao ser suficiente para entender e ser entendido com fluencia. Mas tambem confesso que jamais pude imaginar morar na China e estudar chines.
Outro dia estava num restaurante – cujo sistema eh interessante, pois ha um retangulo de certa profundidade no meio da mesa, onde o garcom coloca carvao ja em brasa, cobre com uma grelha, onde os clientes grelham a comida, que vem toda crua e, em muitos casos, viva (!) – e, depois de ja estar com a mesa repleta de comida para ser grelhada, resolvi pedir shoyo para a garconete, exatamente da mesma forma como sempre pedi em todos os outros restaurantes chineses. Usei a forma que, aparentemente, eh a unica para falar shoyo, cuja pronuncia eh “jiang you” (酱油). Mas como ja era de se esperar, a garconete ficou olhando pra mim com um certo pavor de quem nao faz a minima ideia o que acabei de dizer e desandou a falar, o que nao entendi absolutamente nada. Apenas continuei repetindo shoyo em chines e tentando especificar que se tratava de um molho preto para acompanhar a comida. Resultado: cerca de dez minutos depois, a garconete chega com uma deliciosa porcao de bicho da seda (na fase larva, quando ainda estao no casulo...muito parecida ocm o que se ve na foto). Custei a acreditar que a garconete realmente estava convencida que era a porcao de larvas a que me referi, sobretudo diante de diante de dois fatos obvios ao mais desavisado acefalo: somos nitidamente ocidentais (nao conheco um sequer que entre num restaurante chines e peca uma porcao inteira so de larvas) e a nossa mesa ja estava cheia de comida.
Ontem descobri a unica razao que posa ter induzido a garconete ao erro: a pronuncia desse delicioso prato de larvas eh algo como “jie yong”, o que supostamente seria proximo de “jiang you” (shoyo). Nao tenho a menor pretensao de acreditar que a minha pronuncia em chines seja super clara para os ouvidos chineses, mas ainda acho inevitavel pensar que em muitas situacoes o uso da deducao obvia seria muito util em varias situacoes e, ainda, pouparia a redundancia que tanto me cansa no chines.
Por que sera que os sujeitos responsaveis pela construcao dessa rua tiveram tanta pressa em destruir o que havia anteriormente e colocar asfalto se ja se passaram mais de tres dias e nao aparece ninguem para acabar os ultimos detalhes e colocar a rua em uso?
Como a reciproca eh quase sempre verdadeira, vou falar sobre as mil e uma coisas que os chineses nao entendem quando eu me atrevo a falar chines...
Antes de mais nada, jamais pensei que um ano de estudo diario de uma lingua, no pais originario da mesma, pudesse nao ser suficiente para entender e ser entendido com fluencia. Mas tambem confesso que jamais pude imaginar morar na China e estudar chines.
Outro dia estava num restaurante – cujo sistema eh interessante, pois ha um retangulo de certa profundidade no meio da mesa, onde o garcom coloca carvao ja em brasa, cobre com uma grelha, onde os clientes grelham a comida, que vem toda crua e, em muitos casos, viva (!) – e, depois de ja estar com a mesa repleta de comida para ser grelhada, resolvi pedir shoyo para a garconete, exatamente da mesma forma como sempre pedi em todos os outros restaurantes chineses. Usei a forma que, aparentemente, eh a unica para falar shoyo, cuja pronuncia eh “jiang you” (酱油). Mas como ja era de se esperar, a garconete ficou olhando pra mim com um certo pavor de quem nao faz a minima ideia o que acabei de dizer e desandou a falar, o que nao entendi absolutamente nada. Apenas continuei repetindo shoyo em chines e tentando especificar que se tratava de um molho preto para acompanhar a comida. Resultado: cerca de dez minutos depois, a garconete chega com uma deliciosa porcao de bicho da seda (na fase larva, quando ainda estao no casulo...muito parecida ocm o que se ve na foto). Custei a acreditar que a garconete realmente estava convencida que era a porcao de larvas a que me referi, sobretudo diante de diante de dois fatos obvios ao mais desavisado acefalo: somos nitidamente ocidentais (nao conheco um sequer que entre num restaurante chines e peca uma porcao inteira so de larvas) e a nossa mesa ja estava cheia de comida.
Ontem descobri a unica razao que posa ter induzido a garconete ao erro: a pronuncia desse delicioso prato de larvas eh algo como “jie yong”, o que supostamente seria proximo de “jiang you” (shoyo). Nao tenho a menor pretensao de acreditar que a minha pronuncia em chines seja super clara para os ouvidos chineses, mas ainda acho inevitavel pensar que em muitas situacoes o uso da deducao obvia seria muito util em varias situacoes e, ainda, pouparia a redundancia que tanto me cansa no chines.